Em um cenário que parecia tirado de filme, o presidente dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda‑feira, 13 de outubro de 2025, o término da guerra em Gaza que já durava dois longos anos. A fala foi feita no plenário da Knesset, em Jerusalém, diante de parlamentares, diplomatas e uma plateia vestindo bonés vermelhos com a inscrição "TRUMP, O PRESIDENTE DA PAZ".
O embate começou em 7 de outubro de 2023, quando a Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel. Milhares de civis foram mortos, mais de 200 reféns foram levados para a faixa de Gaza e o país entrou em estado de guerra total. Desde então, duas rodadas de cessar-fogo foram tentadas, mas nenhuma firmou de forma duradoura.
Ao longo de 2024, as negociações foram marcadas por altas tensões, com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, mediando conversas que alternavam entre esperanças e impasses. A situação humanitária em Gaza se agravou, com agências da ONU alertando para uma crise de fome e falta de água.
Ao subir ao púlpito, o presidente Donald J. Trump foi recebido com uma ovação em pé e fanfarra de trombetas. "De 7 de outubro até esta semana, Israel tem sido um país em guerra, e sofreu dificuldades que apenas um povo orgulhoso e fiel pode suportar", declarou. "O longo e doloroso pesadelo finalmente terminou."
Antes dele, o primeiro‑ministro Benjamin Netanyahu subiu ao tribuno, agradecendo ao presidente americano e chamando‑o de "o maior amigo que o Estado de Israel já teve na história". O presidente da Knesset, Amir Ohana, descreveu Trump como "um gigante da história judaica" que seria lembrado por "milhares de anos".
O ponto central do discurso foi o anúncio de que a Hamas havia liberado os últimos vinte reféns ainda retidos em Gaza. A libertação ocorreu nas primeiras horas de 13 de outubro, logo após um cessar‑fogo mediado pelos EUA, que incluiu a entrega de suprimentos humanitários e garantias de segurança para ambas as partes.
Trump também revelou a criação de uma equipe de governança para a Faixa de Gaza, composta por "pessoas ricas e poderosas que querem e vão fazer o bem". O grupo, segundo o presidente, atuará sob supervisão direta dos Estados Unidos, coordenando reconstrução, segurança e desenvolvimento econômico.
Vários líderes mundiais ainda não se pronunciaram oficialmente, mas diplomatas americanos relataram que a reação tem sido "positiva, embora cautelosa". Dentro de Israel, a população mostrou-se dividida: enquanto muitos celebraram a libertação dos reféns, organizações de direitos humanos alertam que a reconstrução de Gaza ainda enfrenta desafios logísticos e políticos.
Grupos palestinos expressaram reservas sobre a "governança" imposta pelos EUA, temendo que a presença de oligarcas estrangeiros não traduza em autonomia real para os habitantes de Gaza. "Precisamos de liderança local, não de patrocinadores externos", disse um porta‑voz de um movimento civil em Gaza.
O fim da guerra em Gaza pode abrir caminho para investimentos em infraestrutura, especialmente em energia solar e abastecimento de água, setores críticos que foram devastados em 2023‑2024. Analistas da Universidade Hebraica de Jerusalém estimam que, se o plano de reconstrução for executado integralmente, a economia de Gaza poderia crescer 4,5 % ao ano nos próximos cinco anos.
Entretanto, especialistas em segurança apontam que a ausência de um acordo político definitivo entre Israel e Palestina ainda deixa a região vulnerável a incidentes esporádicos. "A paz duradoura exige mais do que um cessar‑fogo; requer solução de questões territoriais e refugiados", alerta a professora de relações internacionais Liora Koren.
Nas próximas semanas, a administração Trump deverá enviar uma delegação de alta tecnologia para assessorar a equipe de governança de Gaza. Ao mesmo tempo, o Congresso dos EUA está prestes a votar um pacote de auxílio financeiro de US$ 2,3 bilhões destinado à reconstrução e à criação de empregos na região.
Para os israelenses, o foco agora se volta para a segurança de fronteiras e a integração de soldados retornados ao mercado de trabalho. Já para os palestinos, a esperança está no acesso a serviços básicos e na possibilidade de reconstruir suas comunidades sem intervenções externas que limitem sua soberania.
A libertação dos 20 reféns abre caminho para a entrada de equipes médicas internacionais e ajuda humanitária sem as restrições impostas por negociações de reféns. Segundo a ONU, isso pode reduzir a taxa de mortalidade infantil em até 12 % nos próximos seis meses, se combinada com a entrega de alimentos e água potável.
A equipe, composta por empresários e especialistas em reconstrução, atuará como coordenadora das obras de infraestrutura, garantindo que fundos dos US$ 2,3 bilhões cheguem diretamente aos projetos. Ela também supervisionará a segurança, trabalhando em conjunto com as forças israelenses para prevenir surtos de violência.
A maioria acredita que o acordo tem boa chance de se manter se o fluxo de ajuda continuar e se ambas as partes honrarem os compromissos de segurança. No entanto, sem uma solução política para a questão dos refugiados palestinos, o risco de recrudescimento de tensões permanece alto.
Países europeus elogiaram o esforço de mediação, mas pediram transparência nos detalhes do acordo. O Conselho de Segurança da ONU ainda não se pronunciou oficialmente, aguardando um relatório completo dos delegados americanos.
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outubro 13, 2025 AT 23:55É absolutamente patético observar como a mídia global ainda tenta emoldurar o anúncio de Trump como um ato de heroísmo, quando na realidade estamos diante de um espetáculo de manipulação de poder que mascara interesses geopolíticos obscuros. A suposta "paz" em Gaza é, na verdade, um tabuleiro de xadrez onde os Estados Unidos posicionam suas corporações de defesa como peças-chave, garantindo contratos bilionários enquanto a população civil sofre as consequências. O discurso inflamado na Knesset foi cuidadosamente coreografado para criar uma narrativa de salvador, mas quem realmente se beneficia são os lobbies de segurança que veem nesta "governança" uma oportunidade de penetração econômica. A liberação dos últimos vinte reféns, embora bem-vinda, foi usada como moeda de troca para legitimar a presença militar permanente dos EUA na região, um acordo que jamais será transparente. Além disso, a promessa de uma equipe de “pessoas ricas e poderosas” para reconstruir Gaza ignora completamente a necessidade de autonomia palestina e reforça a dependência em mãos estrangeiras que não têm compromisso moral com os habitantes locais. A mídia ocidental aplaude sem questionar, mas os analistas independentes sabem que este tipo de intervenção costuma deixar um rastro de corrupção, de desvio de recursos e de prolongamento do sofrimento. A história nos mostra que intervenções semelhantes, como no Iraque e no Afeganistão, resultaram em mais mortes e destruição, e não em prosperidade. O que falta ao discurso de Trump é uma admissão clara de que a solução duradoura só virá com negociações justas entre israelenses e palestinos, e não com imposições externas. O fato de o Congresso americano estar pronto para aprovar US$ 2,3 bilhões reforça a ideia de que o objetivo maior é lucro e influência, e não relief humanitário. É crucial que a comunidade internacional mantenha um olhar crítico e exija transparência total sobre os termos do acordo, antes que mais vidas sejam usadas como peões em um jogo de poder que não consideram as reais necessidades da população de Gaza. Em resumo, o proclamado fim da guerra é, na minha análise, mais um capítulo de uma estratégia de dominação que se disfarça de altruísmo, e devemos estar atentos aos sinais de continuidade de exploração.