Quando Bebeto, cantautor e guitarrista consagrado como o "Rei do Swing", decidiu gravar seu novo audiovisual Bebeto – O Legado de Gerações, ninguém imaginava que um Lucas Almeida, músico de Torres, estaria entre os integrantes da banda. O projeto, que aconteceu nos dias 13 e 14 de julho de 2025, foi mais que um concerto: virou ponto de encontro de gerações, um manifesto pela cultura negra e um marco para a cena musical gaúcha.
O ponto de partida foi o Clube Farrapos, localizado na Rua José do Patrocínio, 100, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. O espaço recebeu o público às 20h do dia 13 de julho, com ingressos vendidos pela plataforma Next Ingresso. No dia seguinte, às 16h, foi aberta uma sessão gratuita, basta doar um quilograma de alimento não perecível para entrar.
O samba‑rock sempre teve raízes fortes no sul do Brasil, mas só nos últimos dez anos ganhou projeção nacional. Figuras como Bebeto foram fundamentais ao mesclar o swing dos anos 50 com a cadência do samba tradicional. Em 2020, o festival Samba na Praça marcou a primeira grande celebração desse jeito, porém a gravação de "O Legado de Gerações" supera tudo em escala e ambição.
A noite de 13 de julho contou com a presença de Samba de Rei e Saldanha, coletivos que há cinco anos se dedicam à valorização da cultura negra na capital. Eles mobilizaram mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais, o que garantiu uma plateia superlotada.
Lucas Almeida, que já havia se destacado nos bares de Torres com seu violão de 12 cordas, recebeu o convite após ser recomendado por um amigo de Bebeto. "Foi uma honra entrar no som desse mestre. Senti como se estivesse tocando ao lado da história", contou o torense.
Além de Lucas, participaram percussionistas da Escola de Samba Nova Geração, a poetisa Márcia Duarte e o ativista Jorge Silva, que intercalou falas sobre igualdade racial entre as músicas.
O presidente do Samba de Rei, Carlos Nunes, explicou a escolha de Porto Alegre: "A cidade tem sido um polo de resistência cultural; aqui o samba respira nas ruas, nas praças e agora, no Clube Farrapos".
Já Bebeto enfatizou que o projeto serve para “registrar uma trajetória que ainda tem muito a contar”. Ele ainda lançou a nova música "Nega Olivia 2.0", que foi apresentada ao vivo com arranjos diferentes para cada geração presente.
O público, composto por idosos que cresceram com "A Beleza é Você Menina" e jovens que descobriram o som nas redes, reagiu com abraços, cantos de coral e até lágrimas. Uma participante, a estudante de sociologia Ana Clara, disse que “o evento mostrou que a música pode ser ponte entre histórias de luta e esperança”.
Especialistas apontam que esse tipo de iniciativa fortalece a identidade regional e pode inspirar políticas públicas de apoio à cultura. A pesquisadora da UFRGS Dra. Ana Paula Ribeiro destacou: "Quando artistas como Bebeto recebem apoio de coletivos como Samba de Rei, criamos um ecossistema que protege a memória negra e abre espaço para novas vozes".
Além disso, a gravação será distribuída nas plataformas de streaming e exibida em escolas de música do estado, garantindo que o legado não fique restrito ao público presente naquele dia.
Os organizadores já anunciaram que a próxima edição do projeto "Legado de Gerações" pode acontecer em Florianópolis, ampliando a rede de colaboração sul‑americana. Enquanto isso, quem ainda não assistiu ao material pode acessar teasers no canal oficial do Samba de Rei e fazer a doação de alimentos no próximo "Dia da Música Solidária", marcado para 22 de setembro.
A presença de Lucas Almeida demonstra que o talento do interior pode se incorporar a projetos de grande porte, incentivando outros músicos de cidades menores a buscar colaborações em centros como Porto Alegre.
Registrar, em formato audiovisual, a trajetória de quase cinco décadas de Bebeto, ao mesmo tempo que promove a cultura negra e cria um ponto de encontro intergeracional para o samba‑rock.
Os coletivos Samba de Rei e Saldanha foram os responsáveis. O Samba de Rei, com cinco anos de atuação, chega a mais de 2 milhões de seguidores mensais e tem como missão central a promoção da cultura afro‑brasileira no Rio Grande do Sul.
Além de participar das sessões gratuitas mediante doação de alimentos, a comunidade pode apoiar através de voluntariado nos eventos, divulgação nas redes sociais e, claro, apoio financeiro direto aos coletivos que organizam esses encontros.
Os organizadores anunciaram que a próxima edição deve acontecer em Florianópolis, ainda sem data confirmada, mas com previsão para o segundo semestre de 2026.
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Joseph Tiu
setembro 30, 2025 AT 22:59Caraca, que evento sensacional, né? O Bebê juntou uma galera incrível, do swing ao samba‑rock, tudo num só palco, e ainda trouxe o Lucas de Torres pra somar! Eu fico aqui pensando em como a música pode ser um elo forte entre gerações, e isso ficou bem claro nesse show, que rolou no Club Farrapos, super bem organizado, cheio de energia e, claro, muito swing! Além disso, o fato de ter uma sessão gratuita com doação de alimentos mostra que a gente pode curtir arte e ainda fazer o bem, tudo ao mesmo tempo, sem perder a vibe.