Quando Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação divulgou a 14ª edição do Índice de Retorno ao Bem‑Estar da Sociedade (IRBES), o Brasil ficou na última posição entre as 30 nações com maior carga tributária. O dado surpreende: apesar de ter registrado arrecadação recorde de R$ 2,65 trilhões em 2024, o retorno dos impostos ao cidadão está entre os menores do mundo.
O IRBES compara o volume de impostos pagos com resultados concretos nas áreas de saúde, educação, saneamento e inclusão social, em vez de apenas contabilizar investimentos em infraestrutura. Brasil ficou atrás de vizinhos sul‑americanos como Argentina (11.º) e Uruguai (14.º), evidenciando que a alta carga tributária não se converte em melhor qualidade de vida.
Segundo o Trata Brasil Institute, em parceria com a GO Associados, o investimento per capita em saneamento nas 100 maiores cidades caiu de R$ 138,68 em 2022 para R$ 103,16 em 2023. O plano nacional (PLANSAB) indica que são necessários R$ 223,82 por habitante para cobertura universal – ou seja, o país está investindo menos de metade do que é preciso.
Em um evento de pauta social, Wellington Dias, ministro do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, revelou que o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU FAO em julho de 2024. "De janeiro de 2023 a hoje, retiramos 60 mil pessoas da fome por dia. São 29,4 milhões de brasileiros que deixaram de passar fome e cerca de 10 milhões que saíram da pobreza extrema", afirmou o secretário.
Os programas citados – Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), benefício Pé‑de‑Meia, tarifa social de energia e auxílio gás – ganharam destaque como pilares da melhoria alimentar. Ainda assim, o Índice de Progresso Social (IPS) 2025, divulgado pela Imazon, mostra pontuação geral de 61,96, com destaque para "Oportunidades" (46,07) e "Direitos Individuais" (32,41).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido a criação de um Estado de bem‑estar social, focado em famílias cadastradas no CadÚnico com renda mensal de até meio salário‑mínimo. A proposta surge num cenário onde analistas projetam crescimento de 2,4 % em 2024, porém queda para entre 1,6 % e 2,0 % em 2025.
O contraste entre a arrecadação elevada e o baixo retorno social levanta questões sobre a eficiência da política fiscal. Economistas apontam que melhorar a "qualidade do gasto" – ou seja, direcionar recursos para áreas de maior impacto – pode ser tão crucial quanto aumentar a arrecadação.
Se a tendência de investimento insuficiente em saneamento continuar, o país ainda corre risco de agravar desigualdades, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde indicadores de saúde e educação já são mais fracos. Por outro lado, o avanço nas políticas de combate à fome pode servir de alavanca para novas reformas sociais.
Observadores recomendam um monitoramento próximo das próximas decisões do Congresso sobre a Lei Orçamentária e a possível criação de um fundo específico para retorno social dos tributos.
O índice cruza dados de arrecadação tributária com indicadores de saúde, educação, saneamento, inclusão social e direitos individuais, medindo o impacto real das receitas sobre a qualidade de vida da população.
Especialistas apontam baixa eficiência na alocação de recursos, subinvestimento em saneamento e saúde, além de uma burocracia que retarda a execução de programas sociais, mesmo com alta arrecadação.
O plano anunciado pelo presidente Lula inclui ampliar a cobertura do CadÚnico, criar um fundo de retorno social dos tributos e investir em programas de alimentação escolar, energia social e saneamento básico.
A retirada do Mapa da Fome reflete os resultados de políticas como o PNAE e o auxílio gás, mas não resolve o déficit de investimento em infraestrutura, como saneamento, que ainda está abaixo da meta nacional.
Com o PIB crescendo menos que 2 % em 2025, o governo terá menos espaço fiscal para ampliar gastos, o que pressiona a necessidade de melhorar a eficiência dos recursos atuais.
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Benjamin Ferreira
outubro 9, 2025 AT 01:03É curioso como a carga tributária pode ser tão pesada e, ao mesmo tempo, gerar tão pouco retorno em bem‑estar. O paradoxo parece apontar para uma falha estrutural na alocação dos recursos públicos. Cada real arrecadado deveria, em tese, se traduzir em saúde, educação ou saneamento, mas a realidade mostra o contrário. Essa desconexão exige uma reflexão profunda sobre os princípios que norteiam nosso modelo fiscal. Afinal, se o objetivo do tributo é o bem‑comum, precisamos repensar quem realmente se beneficia.
Marco Antonio Andrade
outubro 9, 2025 AT 01:20Concordo que a gente precisa olhar pra dentro e encontrar maneiras de fazer esse dinheiro virar esperança pra quem mais precisa. Se cada centavo fosse canalizado pra escolas, hospitais e saneamento, a gente veria um futuro mais colorido e saudável. Vamos usar a empatia como guia e transformar esses números em histórias de melhoria real.
Ryane Santos
outubro 9, 2025 AT 01:36O índice IRBES revela, sem rodeios, que o Brasil está desperdiçando recursos como se fosse um poço sem fundo. Primeiro, a burocracia inflaciona cada centavo, transformando o investimento em papelão molhado. Segundo, a alocação favorece projetos de fachada que brilham nas manchetes, mas que não chegam ao cidadão comum. Terceiro, a falta de transparência cria um clima de impunidade que alimenta a corrupção. Quarto, a ausência de métricas claras impede a avaliação objetiva dos resultados. Quinto, o descaso com o saneamento básico demonstra a prioridade equivocada do governo. Sexto, a educação recebe cortes frequentes, reduzindo a qualidade do ensino. Sétimo, a saúde pública opera à beira do colapso, com filas intermináveis. Oitavo, o auxílio social, embora presente, é frequentemente mal distribuído. Nono, a taxa de evasão fiscal aumenta porque a população perde a confiança nas instituições. Décimo, o PIB cresce pouco, mas a arrecadação ainda sobe, revelando um modelo insustentável. Décimo‑primeiro, a pressão sobre os contribuintes se intensifica, gerando descontentamento. Décimo‑segundo, a falta de investimento em tecnologia impede a modernização dos serviços. Décimo‑terceiro, a falta de diálogo com a sociedade civil mina a eficácia das políticas. Décimo‑quarto, a retomada de projetos abandonados é lenta e custosa. Décimo‑quinto, o custo de oportunidade de não investir corretamente supera em muito o valor arrecadado. Em suma, o Brasil coleciona recordes de arrecadação, mas falha miseravelmente na entrega de bem‑estar.
Lucas da Silva Mota
outubro 9, 2025 AT 01:53É claro que os números são alarmantes, mas ainda acreditamos que o sistema pode mudar se tivermos coragem de enfrentar a realidade.
Ana Lavínia
outubro 9, 2025 AT 02:10Que pena, o Brasil gasta quase nada!
Joseph Dahunsi
outubro 9, 2025 AT 02:26Ô meu, eu to vendo que tem muita coisa errada aqui lol. A gente precisa de mais transparência e menos enrolação 😅. Se a gente cobrar mais, quem sabe as coisas melhorem.
Rafaela Antunes
outubro 9, 2025 AT 02:43Não vejo muitas soluçoes praticas, só numero e reclamação.
Marcus S.
outubro 9, 2025 AT 03:00Ao considerarmos a estrutura fiscal, torna‑se imperativo reconhecer que a mera elevação da arrecadação, sem a correspondente otimização da alocação, constitui um exercício de futilidade. A filosofia da boa‑governança exige que os recursos públicos sejam canalizados para áreas de maior impacto social, sob pena de comprometer a legitimidade do Estado. Assim, uma análise rigorosa das prioridades orçamentárias revela a necessidade de uma reforma profunda, focada em eficiência, transparência e resultados tangíveis.
Bruna Boo
outubro 9, 2025 AT 03:16Olha, não dá pra ficar só falando de números, tem que agir. Se o governo não botar a mão na massa, a gente vai ficar só reclamando.
Ademir Diniz
outubro 9, 2025 AT 03:33Vamos levantar a cabeça, galera! Cada passo, por menor que seja, conta pra mudar esse cenário. Se cada um fizer sua parte, o Brasil pode virar o jogo.
Verônica Barbosa
outubro 9, 2025 AT 03:50O Brasil merece respeito e investimentos que realmente façam a diferença.
Willian Yoshio
outubro 9, 2025 AT 04:06Observa que, apesar dos esforços aparentes, a infraestrutura de saneamento ainda está bem aquém do necessário para a população.
Cinthya Lopes
outubro 9, 2025 AT 04:23Ah, maravilha! Mais um relatório que comprova o que todos já sabiam: o Brasil sabe arrecadar, mas não sabe usar. Que tal uma pitada de eficiência, será que cabe no orçamento?